Gratidão é o meu sentimento para todos vocês que ajudaram a fazer de 2016 um ano maravilhoso para mim, cheio de grandes conquistas. Deus os abençoe!
"A ilusão é tão útil como a certeza: e na formação de todo o espírito, para que ele seja completo, devem entrar tanto os contos de fadas como os problemas de Euclides" - Eça de Queiroz
sábado, 31 de dezembro de 2016
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
As estórias da Cigana estarão no UNI, DUNI, TEM Bazar
Neste sábado (17) às 18h, a
Cigana Contadora de Estórias, personagem da escritora e jornalista Gabriela
Kopinits, estará no “Uni, Duni, Tem Bazar”, 1º bazar infantil de Caruaru, que
acontecerá das 10h às 20h no térreo do Shopping Difusora. Gabriela vai contar
estórias natalinas e do seu livro infantil “Era uma vez... estórias de uma
contadora de estórias” (Cepe, 2014).
Além das estórias da Cigana,
também vai haver recreação, apresentações culturais, a visita do Papai Noel, Dia
de Princesa para as meninas participantes e a lojinha do 1º Brechó das Mamães
Unidas de Caruaru, com venda de peças usadas, em excelente estado, a preços de
até 60 reais.
A entrada será um livro infantil,
novo ou usado em bom estado, que será doado para a biblioteca que está criada
para o Instituto do Câncer Infantil do Agreste – Icia.
Guanabara
Comunicação/AscomCâmara
Foto: Victor Vargas
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
A Cigana recomenda: "Tuquinha, La Fontaine e Esopo"
Já imaginou como seria o encontro entre um gaúcho - muy macho Tchê! – e dois dos maiores fabulistas do mundo - o francês Jean de La Fontaine e o colega Esopo? A estória é a seguinte: o gaúcho Tuquinha decidiu escrever uma carta aos dois autores convidando-os a serem seus hóspedes. O convite foi aceito, os estrangeiros chegaram ao Rio Grande do Sul e a visita deles virou – para o leitor - uma deliciosa viagem literária de quinze dias, quinze “tertúlias” ou saraus literários, em que os mestres se alternam na narrativa de suas obras.
A mistura da rica cultura gaúcha – com suas expressões idiomáticas e costumes particulares – e as narrativas em que os animais arremedam os humanos em suas belezas e vilezas, temperada pelas contribuições opiniativas do anfitrião e sua senhora – uma “chinoca” pra lá de peculiar - tornam “Tuquinha, La Fontaine e Esopo” (AGE, 2010) uma obra imperdível para jovens e adultos. O autor é Luiz Morvan Grafulha Corrêa, membro da Associação Gaúcha de Escritores.
Luiz Grafulha também é o autor de “Causos do Tuquinha (2002), “Tuquinha e as Lendas Gauchescas” (2006), “Barbaridade, Tchê” (2007) e “Uma morada para velhos corcéis” (2008), entre outras deliciosas obras. Vale a pena conhecer, a diversão é garantida. À venda nas melhores livrarias :)
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Meu livro será paradidático!
O livro de estórias da Cigana Contadora de Estórias, personagem da escritora Gabriela Kopinits, será adotado como paradidático nas turmas da educação infantil do Colégio Bela Flor Criativa, a partir do próximo ano. “Era uma vez… estórias de uma contadora de estórias” (Cepe Editora, 2014) traz dez contos infantis ilustrados pelo designer recifense Rivaldo Barboza e foi indicado ao Prêmio Jabuti, em sua versão digital com narração da própria autora, no ano passado.
“Quando conhecemos o livro, foi um desejo nosso trazê-lo para a escola e quando conhecemos a autora, que veio contar suas estórias para nossas crianças, ficamos ainda mais encantados e decidimos adotá-lo como nosso paradidático”, disse a psicopedagoga Fernanda Lima, diretora pedagógica do educandário. “Foi uma alegria muito grande saber que o meu livro será adotado numa escola que tem uma pedagogia tão especial e uma boa surpresa também, pois geralmente as escolas optam por indicações de livros de autores de fora, das editoras de massa. A Cepe é uma editora pública, que não tem foco primário no comercial, mas na boa produção literária pernambucana. Então, é um motivo de orgulho porque o ‘Era uma vez’ é um livro produzido aqui, de uma autora local”, comentou Gabriela, a Cigana Contadora de Estórias.
Fonte: Blog de Jaciara Fernandes
terça-feira, 1 de novembro de 2016
Dia das Bruxas com estórias de... bruxas!
Feliz encontro!
Ontem foi Dia das Bruxas e eu comemorei com uma divertidamente assustadora sessão de estórias na Biblioteca Álvaro Lins, do Sesc Caruaru, com as crianças da 1ª série da Escola do Sesc.
Contei "Sopa de bruxa", de Jeong Hae-Wang; "A bruxa que tinha medo do Halloween", (The witch who was frightened of Halloween) de Bertie, do site Story Nory; e "A casinha laranja" ("The little orange house") de Jean Stangl, uma estorinha que usa a técnica do kirigami. As duas últimas foram traduzidas e adaptadas por mim. Foi muito legal
domingo, 30 de outubro de 2016
Crônica: "Lixo", de Luís Fernando Veríssimo
Dei de cara com essa deliciosa crônica do Luís Fernando Veríssimo no livro "Festa de Criança", da coleção 'Para gostar de ler' júnior - da Editora Ática, com ilustrações de Caulos. O livro é uma coletânea de textos do Veríssimo e esse, do "Lixo", me conquistou. Leia e se divirta também!
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Conto: "O homem que pôs um ovo" - Câmara Cascudo
"Quem tiver o seu
segredo,
Não conte a mulher casada,
Esta conta ao seu marido,
O marido aos camaradas...
Em algum lugar lá pelo interior desse Brasil, um marido tinha uma mulher que
gabava-se em saber guardar segredo. Vivia dizendo que as outras eram saco
rasgado e ninguém podia confiar senão no juízo dela.
Tanto se gabou e se gabou que o marido pensou em fazer uma experiência para ver
se a mulher era mesmo segura de língua.
Uma noite, voltando tarde para casa, o homem trouxe um grande ovo de pata, que
é muito maior do que os da galinha, e deitou-se na cama. Lá para as tantas da
madrugada, acordou a mulher, todo assustado e, pedindo que ela guardasse todo
segredo, contou que acabara de pôr um ovo!
A mulher só faltou morrer de admiração, mas o marido mostrou o ovo e ela
acreditou, jurando que nem ao padre confessor havia de dizer o que soubera.
Ora muito bem. Pela manhã, assim que o marido saiu para o trabalho a mulher
correu para a vizinha e, pedindo segredo de amiga, contou que o marido pusera
um ovo na cama e estava todo aborrecido com essa desgraça.
A vizinha prometeu que ninguém saberia, mas passou o dia contando o caso, ao
marido, aos vizinhos, aos conhecidos, sempre pedindo segredo.
E, como quem conta um conto aumenta um ponto, toda vez que a história passava
adiante o ovo ia mudando de número. Primeiro era um, depois dois, deppois
três... e ao anoitecer o homem já pusera meio cento de ovos.
Voltando para casa, o marido encontrou-se com um amigo e este lhe disse que
havia novidade naquela rua.
- Qual a novidade ?
- Não soube ? Uma coisa bem esquisita! Imagine que um morador nesta rua pôs,
penso eu, quase um cento de ovos, seu mano ! Diz que está muito doente e que
cada ovo tem duas gemas. É mesmo o fim do mundo.
O marido não quis saber quem estava de vigia. Entrou em casa, chamou a mulher,
agarrou uma bengala e passou-lhe a lenha com vontade, dando uma surra de
preceito, que a deixou de cama, toda moída e com panos de água e sal.
Depois o homem saiu contando como o caso começara e a mulher ficou
desmoralizada."
Essa estória foi publicada no livro "Contos tradicionais do Brasil", de Câmara Cascudo (Ediouro, 1999), uma beleza de coletânea com muitos contos deliciosos recolhidos pelo querido mestre folclorista.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Conto: "O gigante egoísta", de Oscar Wilde
Todas as tardes, ao regressar da escola, as crianças costumavam ir brincar no jardim do Gigante.
Era um jardim amplo e belo, com um gramado macio e verde. Aqui e ali, por sobre a relva erguiam-se lindas flores como estrelas e havia doze pessegueiros que na primavera floresciam em delicados botões cor-de-rosa e pérola, e no outono davam saborosos frutos. Os pássaros pousavam nas árvores e cantavam tão suavemente que as crianças costumavam parar suas brincadeiras para ouvi-los.
“Como somos felizes aqui!”, gritavam uns para os outros.
Um dia o Gigante voltou. Tinha ido visitar seu amigo, o Ogro da Cornualha, e ali vivera com ele durante sete anos. Passados os sete anos, dissera tudo quanto tinha a dizer, pois sua conversa era limitada, e decidiu voltar para seu castelo. Ao chegar, viu as crianças brincando no jardim.
– O que vocês estão fazendo aqui? – gritou ele, com voz bastante ríspida, e as crianças fugiram.
– O meu jardim é o meu jardim – disse o Gigante. Todos devem entender isso e não consentirei que nenhuma outra pessoa, senão eu, brinque nele.
Construiu um alto muro cercando-o e pôs nele um cartaz:
É PROIBIDA A ENTRADA
OS TRANSGRESSORES SERÃO PROCESSADOS
Era um gigante muito egoísta.
As pobres crianças não tinham agora lugar onde brincar. Tentaram brincar na estrada, mas a estrada tinha muita poeira e estava cheia de pedras duras, e isso não lhes agradou. Tomaram o costume de vaguear, terminadas as aulas, em redor dos altos muros, conversando a respeito do belo jardim por eles cercados. “Como éramos felizes ali!”, diziam uns aos outros.
Depois chegou a primavera e por todo o país havia passarinhos e florezinhas. Somente no jardim do Gigante egoísta reinava ainda o inverno. Os pássaros, uma vez que não havia meninos, não cuidavam de cantar nele e as árvores esqueciam-se de florescer. Somente uma bela flor apontou a cabeça entre a relva, mas, quando viu o cartaz, ficou tão triste por causa das crianças que se deixou cair de novo no chão, voltando a dormir. Os únicos que se alegraram foram a Neve e a Geada.
– A primavera esqueceu-se deste jardim – exclamaram – de modo que viveremos aqui durante o ano inteiro.
A Neve cobriu a relva com seu grande manto branco e o Gelo pintou todas as árvores de prata. Então convidaram o Vento Norte para ficar com eles e o vento veio. Estava envolto em peles e bramava o dia inteiro no jardim, derrubando chaminés.
– Este lugar é delicioso – dizia ele. Devemos convidar o Granizo a fazer-nos uma visita.
De modo que o Granizo veio. Todos os dias, durante três horas, rufava no telhado do castelo, até que quebrou a maior parte das ardósias, e depois se punha a dar voltas loucas no jardim, o mais depressa que podia. Vestia-se de cinza e seu hálito era frio como gelo.
– Não posso compreender por que a Primavera está demorando tanto a chegar – disse o Gigante egoísta, ao sentar-se à janela e olhar para fora, para seu jardim frio e branco. Espero que haja uma mudança de tempo.
Mas a Primavera nunca chegou, nem tampouco o Verão. O Outono deu frutos áureos a todos os jardins, mas ao jardim do Gigante não deu nenhum.
– É demasiado egoísta – disse ele.
De modo que havia sempre Inverno ali, e o Vento Norte, e o Granizo, e a Geada e a Neve dançavam por entre as árvores.
Uma manhã jazia o Gigante acordado em sua casa, quando ouviu uma música deliciosa. Soava tão docemente a seus ouvidos que pensou que deviam ser os músicos do Rei que iam passando. Era, na realidade, apenas um pequeno pintarroxo que cantava do lado de fora de sua janela, mas já fazia tanto tempo que ele não ouvia um pássaro cantar em seu jardim que aquela lhe pareceu a mais bela música do mundo. Então o Granizo parou de bailar por cima da cabeça dele, o Vento Norte cessou seu rugido e um delicioso perfume chegou até ele pela janela aberta.
– Creio que chegou por fim a Primavera – disse o Gigante, saltando da cama e olhando para fora.
Que viu ele?
Viu um espetáculo maravilhoso. Por um buraco feito no muro, as crianças tinham entrado no jardim, encarapitando-se nas árvores. Em todas as árvores que conseguia ver achava-se uma criancinha. E as árvores sentiam-se tão contentes por ver as crianças de volta que se haviam coberto de botões e agitavam seus galhos gentilmente por cima das suas cabecinhas. Os pássaros revoluteavam e chilreavam, com deleite, e as flores riam, apontando as cabeças por entre a relva.
Era um belo quadro. Apenas em um canto ainda havia inverno. Era o canto mais afastado do jardim e nele se encontrava um menininho. Era tão pequeno que não podia alcançar os galhos da árvore e vagava ao redor dela, chorando amargamente. A pobre árvore estava ainda coberta de geada e neve e o Vento Norte soprava e rugia por cima dela.
– Sobe, menino! – dizia a Árvore, inclinando seus ramos o mais baixo que podia.
Mas o menino era demasiado pequenino.
E, ao contemplar aquela cena, o coração do Gigante se enterneceu.
– Como tenho sido egoísta – disse. Agora estou sabendo por que a Primavera não vinha pra cá. Vou colocar aquele pobre menininho no alto da árvore e depois derrubarei o muro e meu jardim será para todo o sempre o lugar de brincadeiras das crianças.
Sentia-se deveras muito triste pelo que tinha feito. De modo que desceu as escadas e abriu a porta de entrada bem devagarinho, saindo para o jardim. Mas, quando as crianças o viram, ficaram tão atemorizadas que saíram todas correndo e o jardim voltou a ser como no inverno. Somente o menininho não correu, pois seus olhos estavam tão cheios de lágrimas que não viram o Gigante chegar. E o Gigante deslizou por trás dele, apanhou-o delicadamente com a mão e colocou-o no alto da árvore. E a árvore imediatamente abriu-se em flor e os pássaros chegaram e cantaram nela pousados e o menininho estendeu seus dois braços, cercou com eles o pescoço do Gigante e beijou-o. E as outras crianças, quando viram que o Gigante já não era mau, voltaram correndo e com eles veio também a Primavera.
– O jardim agora é de vocês, criancinhas – disse o Gigante, que pegou uma grande picareta e derrubou o muro. E quando as pessoas iam passando para a feira, ao meio-dia, encontraram o Gigante brincando com as crianças no mais belo jardim que jamais haviam visto.
Brincaram o dia inteiro e à noitinha dirigiram-se ao Gigante para despedir-se.
– Mas onde está o companheirinho de vocês? – perguntou. O menino que eu pus na árvore?
O Gigante gostava mais dele porque o havia beijado.
– Não sabemos – responderam as crianças. Foi-se embora.
– Devem dizer-lhe que não deixe de vir amanhã – disse o Gigante. Mas as crianças responderam-lhe que não sabiam onde ele morava e nunca o tinham visto antes.
E o Gigante sentiu-se muito triste.
Todas as tardes, quando as aulas terminavam, as crianças chegavam para brincar com o Gigante.
Mas o menininho de quem o Gigante gostava nunca mais foi visto de novo. O Gigante mostrava-se muito bondoso para com todas as crianças, mas tinha saudades do seu primeiro amiguinho e muitas vezes a ele se referia.
– Como gostaria de vê-lo! – costumava dizer.
Os anos se passaram e o Gigante foi ficando muito velho e fraco. Não podia mais participar das brincadeiras, de modo que se sentava numa grande cadeira de braços e contemplava a brincadeira das crianças e admirava seu jardim.
– Tenho belas flores em quantidade – dizia ele, mas as crianças são as mais belas flores de todas.
Numa manhã de inverno, olhou de sua janela, enquanto se vestia. Não odiava o Inverno agora, pois sabia que era apenas a Primavera adormecida e que as flores estavam descansando.
De repente, esfregou os olhos, maravilhado, e olhou e tornou a olhar. Era realmente uma visão maravilhosa. No canto mais afastado do jardim via-se uma árvore toda coberta de flores brancas e belas. Seus ramos eram cor de ouro e frutos prateados pendiam deles e por baixo estava o menininho que o conquistara.
O Gigante desceu as escadas correndo, com grande alegria, e saiu para o jardim. Atravessou correndo o gramado e aproximou-se da criança. E quando chegou bem perto dela, seu rosto ficou vermelho de cólera e perguntou.
– Quem ousou ferir-te?
Pois nas palmas das mãos da criança viam-se as marcas de dois cravos e as marcas de dois cravos nos pequeninos pés.
– Quem ousou ferir-te? – gritou o Gigante. Dize-me, para que eu possa tirar minha grande espada e matá-lo.
– Não – respondeu o menino. Estas são as feridas do Amor.
– Quem és? – perguntou o Gigante, sentindo-se tomado dum grande respeito e ajoelhando-se diante do menininho.
E o menino sorriu para o Gigante e disse:
– Tu me deixaste brincar uma vez em teu jardim. Hoje, virás comigo para o meu jardim, que é o Paraíso.
E quando as crianças chegaram correndo naquela tarde, encontraram o Gigante morto debaixo da árvore toda coberta de flores brancas.
Fonte: Blog Verbo de Ligação
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Sabe onde você encontra o livro da Cigana Contadora de Estórias?
E, em Caruaru, você encontra o meu livro na:
Endereço: R. Duque de Caxias, nº 7, Centro - Caruaru
Telefone:(81) 2103-4888
Festa das Crianças
Opa!
Ontem foi um dia de bênçãos para mim. Além de ser o dia do aniversário do meu pai, da minha iya Yalorisa Cris Ty Osun e da Leitura, foi a festa do Projeto Criança Feliz. Promovida pela Loja Maçônica Terra Prometida 63 há três anos, a festa leva alegria, carinho e presentes para crianças de comunidades carentes. Tive a honra de ser convidada pela minha amiga Josy Barbosa para a festa do ano passado, que foi lá no Alto do Moura, na Escola Mestre Vitalino. Esse ano foi na Escola Rosilda Maciel, no Bairro Agamenon.
A turma da Maçonaria fez uma festa muito bacana, com direito a pipoca, sacolé (dudu), cachorro-quente, suco e muitas brincadeiras. Eu levei minhas estórias, conheci gente muito bacana e ainda ganhei um certificado lindo de "Parceiro do Bem".
Foi emocionante! Muito obrigada pelo carinho, pessoal!
De parabéns todos que organizaram esta bonita festa e todas as outras pessoas que tiraram o feriado para alegrar o dia de outras crianças. Abençoados sejam!
terça-feira, 11 de outubro de 2016
Em vez de brinquedo, dê um livro!
Pouca gente sabe, mas neste dia
12 de outubro não se comemora apenas o Dia da Criança. É também o Dia Nacional
da Leitura, efeméride criada pela Lei Federal nº 11.899 (de 08 de janeiro de 2009)
com o objetivo de incentivar o interesse pela leitura em todo o Brasil. A iniciativa
foi do senador Cristovam Buarque e sancionada pelo então presidente Lula. A
ideia do senador foi aliar as comemorações em torno do Dia da Criança com o
incentivo à leitura. “Além de marcar a festividade já consagrada do Dia da
Criança, esse dia abrigará, também, o Dia Nacional da Leitura e a Semana da
Leitura, com a intenção de enfatizar junto à sociedade brasileira a importância
do cultivo do amor aos livros desde a infância”, justificou o senador.
Pouco divulgada e comemorada ainda
muito timidamente por algumas escolas, a data ganha ainda maior importância se levarmos
em consideração os resultados de pesquisas feitas para auferir como anda a
leitura no Brasil. Os dados são estarrecedores e bastante preocupantes. Segundo
o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa, “apenas 8% das pessoas em
idade de trabalhar são consideradas plenamente capazes de entender e se
expressar por meio de letras e números”. Ou seja, de cada cem pessoas apenas
oito podem ser consideradas proficientes - capazes de decodificar corretamente
textos e gráficos e de resolver situações. As outras noventa e duas são o que
se chama de ‘analfabetas funcionais’. Esse levantamento foi feito com 2.002 pessoas,
entre 15 e 64 anos, moradoras de zonas urbanas e rurais de todas as regiões do
país.
Outro levantamento importante foi
o realizado pelo IBGE, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios –
PNAD. De acordo com a última pesquisa, divulgada há dois anos, 8,7% da
população brasileira a partir de 15 anos não sabe ler nem escrever. Isso quer
dizer que são cerca de treze milhões de analfabetos.
Se considerarmos que, no Brasil, a
população acima de 15 anos é de 86 milhões, podemos afirmar que apenas 6
milhões de pessoas conseguem efetivamente entender o mundo à sua volta e fazer
suas escolhas de forma consciente. Somos 206
milhões de habitantes, segundo o IBGE. Faça as contas e se assombre,
como eu. Não é à toa que o país está como está. Precisamos de mais educação,
precisamos de mais leitura e de mais compreensão de textos.
O indiano Kailash Satyarthi,
ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2014 (e ativista pelo fim do trabalho
infantil e escravo e pelo direito à educação), disse uma frase que traduz
perfeitamente o que acontece com o nosso Brasil: "Percebi que a escravidão
humana e o analfabetismo são dois lados da mesma moeda". Podemos dizer que
a miséria também. Ele citou o caso de uma menina indiana que morreu aos 14 anos
de tuberculose desenvolvida pelo trabalho insalubre numa fábrica de tijolos. O
pai dela não conseguiu nem assinar a certidão de óbito. Aos prantos, o pobre
homem disse que se soubesse ler e escrever, a filha não teria morrido, pois ele
nunca teria assinado o contrato de trabalho dela. “O pai da jovem se referia ao
momento em que assinou o contrato de
trabalho com sua digital. Se ele tivesse conseguido ler o documento, ele
saberia que o trabalho era perpétuo e que ele e sua família nunca poderiam
deixar aquele lugar”, contou Kailashi.
Não há outra fórmula para o
desenvolvimento em todos os níveis a não ser a educação. A educação liberta, nos
dá direito de fazer escolhas, e é um direito constitucional, “fundamental e essencial
para o exercício de todos os direitos”, defende a Unesco. E a leitura tem papel
preponderante nesse processo. Incentivá-la, principalmente entre os pequenos, é
obrigação de todos nós, quer sejamos educadores, pais, gestores ou apenas
integrantes de uma sociedade que quer um país melhor para todos. No Dia da
Criança, em vez de brinquedo, dê um livro. O ganho para a criança – e para o
nosso país - será muito maior. Vamos fazer do Brasil uma pátria de leitores!
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Hoje foi dia de muita emoção :)
Optcha!
Hoje foi um dia de muita felicidade para mim. Fui convidada para participar da XIII Mostra Literária de Santa Cruz do Capibaribe, promovida pelo Educandário Antônio Burgos. O evento foi no Clube Ypiranga. Vocês não têm noção da dimensão do evento! O clube foi transformado numa feira literária, com dezenas de estandes das turmas, cada qual sobre um autor. Eu já sabia que uma das turmas, a 7ª série, da professora Claudete e do professor Edson, ia fazer alguma coisa sobre o meu trabalho, mas não tinha ideia do que eles iriam fazer.
Quando cheguei, fui logo chamada ao palco. Pouco a pouco começaram a aparecer uns ciganinhos lindos. Uma menina, depois outra, um menino e outro. Quando vi, tinha uma turma toda de ciganos! Fiquei emocionada e tive que respirar fundo pois senti logo a chuva da alma querendo dar o ar de sua graça.
Consegui me dominar, engoli a emoção e me apresentei, falei de como comecei a contar estórias, quando virei a Cigana Contadora de Estórias, como escrevi meu primeiro livro, etc, depois contei estórias para as crianças, professores e pais presentes.
Foi maravilhoso, consegui estabelecer uma boa conexão com eles, senti que eles se divertiram comigo nas estórias que contei.
De lá, fui conhecer o estande da turma, a 7ª A. Aí, foi danado... Eles fizeram uma tenda cigana! Coisa mais linda do mundo, com direito a mesa com bola de cristal, baralho cigano e muitas almofadas. Dentro da tenda, eles fizeram uma verdadeira exposição sobre o meu trabalho, com painéis de fotos me mostrando em atividade (já são 15 anos, né?), com as minhas obras e até com um cordel do meu conto "O maníaco da feira de Caruaru", que levou o segundo lugar no concurso de contos “Recortes de Caruaru”, promovido pelo Instituto Histórico de Caruaru (IHC), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru (FAFICA) e a Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras (ACACCIL).
Foi lindo, me emocionei muito pela homenagem que a turma fez do meu trabalho (teve até uma aluna, Maria Vitória, que fez um desenho lindo de mim), tirei muitas fotos, conversei muito e depois fui embora, meio que volitando de tanta alegria; Que coisa tão boa esse reconhecimento!
A mim, só resta agradecer muito à turma da 7ª A, aos professores Claudete e Edson, à gestora do Antônio Burgos, Fabiana Quixabeira, e à Michelle Cideyne pelo convite e pelo carinho. Que os deuses abençoem muito vocês! Parabéns pelo evento, digno das melhores feiras de livro que já frequentei!
As fotos são de Jailma Queiroz (mamãe da Isadora muito em breve), coordenadora de Espaços Lúdicos no educandário.
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