quinta-feira, 29 de junho de 2017

Conto: "A mãe de São Pedro"

Este veio do maravilhoso livro "Contos tradicionais do Brasil", do folclorista Luís da Câmara Cascudo (Ediouro, 2001), e eu publico neste dia 29 de junho em homenagem ao grande São Pedro, um dos doze apóstolos e o primeiro papa da Igreja Católica.

A mãe de São Pedro

A mãe de São Pedro era uma velhinha muito má, rezinguenta, somítica, com cara de poucos amigos. Não tinha amizades, todos lhe fugiam.
Aconteceu que um dia estava a lavar num córrego um molhe de folhinha de cebolas, quando uma delas se desprendeu, ganhou a correnteza e lá se foi pela água abaixo.
A velha tentou reavê-la, e, não o conseguindo, exclamou:
– Ora, seja tudo pelo amor de Deus!
Não levou muito tempo morreu e foi apresentar-se no céu. Foi pesada na balança de S. Miguel e não houve outro remédio senão mandá-la para o inferno, tão grande era o peso de seus pecados.
O filho ainda andava pelo mundo. Não lhe podia valer.
Quando S. Pedro morreu foi nomeado chaveiro do céu.
Das profundezas do abismo, avistou a velha ao filho no gozo e posse das glórias celestes e pediu-lhe por gestos que a salvasse.
O santo chaveiro, que não podia resolver nada por si, foi ter com o Senhor.
– Salva minha mãe, Divino Mestre.
O Senhor respondeu-lhe assim por estas palavras:
– Se houver registada no livro das almas, na vida de tua mãe, ao menos uma boa ação, estará salva, caso ela saiba aproveitá-la.
Examinou-se o livro e às folhas tantas, nas contas da mãe de São Pedro, se encontrou a folhinha de cebola, nada mais! Era a mesma que motivara aquele dizer com que a velha, ao menos uma vez, se mostrara conformada:
– Seja tudo pelo amor de Deus!
O Senhor disse a Pedro:
– Lança uma das pontas da folhinha em direção ao inferno. Tua mãe que se agarre a ela. Tu puxarás. Se conseguir subir até cá, estará salva.
Pedro fez tudo o que o Senhor lhe ordenara.
A velhinha agarrou-se à folha, mas uma porção de almas, querendo aproveitar o ensejo de salvação, segura-se às pernas da velha. Apesar disto esta subia.
Quando já estava o grupo a certa altura, outras almas se iam apegando às pernas das primeiras.
A velha indignada, de avara que era, esperneou e atirou novamente ao inferno as companheiras, não querendo levá-las para o céu.
Mas, no mesmo instante, a folha de cebola partiu-se, e a mãe de São Pedro ficou no espaço.
Não tinha por onde subir ao céu e o pedacinho da folha que conservava nas mãos não a deixava voltar ao inferno.
E assim vive até hoje: nem na terra, nem no céu.

Colhida em Juiz de Fora, Minas Gerais – Lindolfo Gomes, “Contos Populares, etc.”, volume IIº, p. 86, Ciclo de S. Pedro.

Ilustração: Hime Navarro

Version en Español

La madre de San Pedro

La madre de San Pedro era una viejita muy mala, gruñona, con cara de pocos amigos. No tenía amistades, todos le huían.
Sucedió que un día estaba lavando en un arroyo un mohe de hojitas de cebolla, cuando una de ellas se desprendió, ganó la corriente y allí se fue por el agua abajo.
La vieja intentó recuperala, y, no lo consiguió, exclamó:
- ¡Oh, sea todo por el amor de Dios!
No tardó mucho tiempo murió y fue a presentarse en el cielo. Fue pesada en la balanza de San Miguel y no hubo otro remedio que mandarla al infierno, tan grande era el peso de sus pecados.
El hijo aún andaba por el mundo. No le podía valer.
Cuando San Pedro murió fue nombrado llavero del cielo.
De las profundidades del abismo, divisó la vieja al hijo en el goce y posesión de las glorias celestiales y le pidió por gestos que la salvara.
El santo llavero, que no podía resolver nada por sí, fue a tener con el Señor.
- Salva a mi madre, Divino Maestro.
El Señor le respondió así por estas palabras:
- Si hay registrada en el libro de las almas, en la vida de tu madre, al menos una buena acción, estará salva, si ella sabe aprovecharla.
Se examinó el libro y las hojas tantas, en las cuentas de la madre de San Pedro, se encontró la hoja de cebolla, nada más. Era la misma que motivó a aquel decir con que la vieja, al menos una vez, se mostró conformada:
- ¡Sea todo por el amor de Dios!
El Señor le dijo a Pedro:
- Lanza una de las puntas de la hoja hacia el infierno. Tu madre que se aferra a ella. Tú tirarás. Si logra subir hasta aquí, estará guardada.
Pedro hizo todo lo que el Señor le había mandado.
La viejita se aferró a la hoja, pero una porción de almas, queriendo aprovechar la ocasión de salvación, se sostiene a las piernas de la vieja. A pesar de esto esta subía.
Cuando ya estaba el grupo a cierta altura, otras almas se iban a agarrar a las piernas de las primeras.
La vieja indignada, de avara que era, esperó y arrojó de nuevo al infierno a las compañeras, no queriendo llevarlas al cielo.
Pero, en el mismo instante, la hoja de cebolla se partió, y la madre de San Pedro quedó en el espacio.
No tenía por dónde subir al cielo y el pedacito de la hoja que conservaba en las manos no la dejaba volver al infierno.
Y así vive hasta hoy: ni en la tierra, ni en el cielo.


Recogida en Juiz de Fora, Minas Gerais – Lindolfo Gomes, “Contos Populares, etc.”, volume IIº, p. 86, Ciclo de S. Pedro.

Ilustración: Hime Navarro


terça-feira, 27 de junho de 2017

Conto: Pai, tô com fome!

Meu bom amigo Armando Lima me mandou esse conto dito verídico, que achei de uma beleza enorme, embora um pouco triste porque mostra uma realidade que está acontecendo nesse exato momento em que eu estou escrevendo e você, lendo. Mas também é um conto de esperança, que nos exorta a manter a fé, pois Deus proverá sempre!
Cena do filme "À procura da felicidade", com Will Smith.
"Ricardinho não aguentou o cheiro bom do pão e falou:
- Pai, tô com fome!!!
O pai, Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência....
- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!
Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente...
Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:
- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois saí cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!
Amaro, o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...
Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois se sentem junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...
Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua....
Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá...
Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...
A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...
Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:
- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!
Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer. Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho.
Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas.
Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório. Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada.
Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias. Agenor, com lágrimas nos olhos, agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho.
Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem, sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso. Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores.
No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho. Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando. Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa.
 E ele não se enganou. Durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres.
Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar.
Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta.
Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula.
Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro.
Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno.  
Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço.
Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista.
Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor, impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um. Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que à mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido.
Ricardinho, o filho, mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:

“Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!”

terça-feira, 13 de junho de 2017

Olha como foi lindo!


Esse foi o cartaz que a designer Cassandra Kopinits, da Kosmos Comunicação, criou para a minha apresentação no Polo Infantil no São João de Caruaru, no sábado passado (10). Essa foi a primeira vez que me apresentei no evento, considerado um dos maiores do Brasil.
Meu filho e os amiguinhos da escola, com a minha mais nova auxiliar, a Ciganinha - Foto de Poliana Esteves
Foi um dia muito feliz, que começou com projeto bacana, com o amigo e jornalista Moreira Netto (surpresa que logo vou anunciar) e terminou com uma apresentação divertida, com um público muito especial, assistindo às minhas estórias, no espetáculo "Facécias do povo: contos populares do Brasil". 

Comecei com "O milagre de São João", que vai estar no meu próximo livro, e segui com "Os compadres corcundas", "O caboclo, o padre e o estudante", "O passarinho do Malazartes" e fechei, chamando para a próxima apresentação, com a estória "Viva Deus e ninguém mais", todas de Luís da Câmara Cascudo. 

Nesta última, fiz a apresentação formal da Ciganinha, a boneca de mulungu que mestre Zé Gomes, de São Joaquim do Monte, fez para mim, e que vai fazer parte das minhas contações, usando agora a ventriloquia.

Foi muito massa, como a gente diz aqui. Quinta tem mais: fui convidada para contar estórias numa escola municipal aqui do Recife. Vamos que vamos!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Sábado tem a Cigana Contadora de Estórias no Maior e Melhor São João do Mundo!

A Cigana Contadora de Estórias - Foto: Victor Vargas

Opa! No próximo sábado (10), às 17h, vou estar no Polo Infantil que a Prefeitura de Caruaru montou na Estação Ferroviária para entreter a meninada durante o Maior e Melhor São João do Mundo. Vou apresentar o espetáculo “Facécias do povo: contos populares do Brasil”, sessão de contos de minha autoria e do maravilhoso folclorista Luiz da Câmara Cascudo.

Esta vai ser a primeira vez que vou me apresentar no Maior e Melhor São João do Mundo e estou preparando um presente que vai divertir bastante quem vier ouvir minhas estórias 😊

Espero você lá! A foto é de Victor Vargas/Guanabara Comunicação.

terça-feira, 6 de junho de 2017

O professor deve dar asas aos seus alunos!

Meus primeiros aluninhos, turma de 2012, Young 1 na Cultura Inglesa Caruaru.
Uma das coisas que mais gosto de fazer é ensinar. Além de jornalista, escritora e contadora de estórias, também sou professora de inglês e tive, na minha formação, a tutoria de grandes mestras. Durante o meu Basic Teacher's Training Course na Cultura Inglesa, estudei o livro do Prof. Jim Scrivener, "Learning teaching" (Heinemann, 1994) e logo na introdução, o Prof. Adrian Underhill, editor da obra, fala que "A formação do professor é um processo contínuo de transformação do potencial humano em desempenho humano, um processo que nunca tem fim".
Nos meus workshops sobre a contação de estórias como ferramenta de ensino e de aprendizagem, sempre ressalto a responsabilidade do professor que, com uma única palavra, tem o poder de dar asas ao seu aluno, permitindo-lhe acreditar em si mesmo, como também pode podá-lo para sempre, fazendo-o acreditar falsamente que está destinado ao fracasso.
Para ilustrar isso, compartilho uma história, de autoria desconhecida, atribuída à mãe do Thomas Edison (o cara que inventou a lâmpada), que acho fantástica e que serve para nos lembrar de nossa responsabilidade enquanto educadores, de sala de aula e do lar:

"Certo dia, Thomas Edison chegou em casa com um bilhete para sua mãe. Ele disse:
“Meu professor me deu este papel para entregar apenas a você.”
Os olhos da mãe lacrimejavam ao ler a carta e resolveu ler em voz alta para seu filho:
“Seu filho é um gênio. Esta escola é muito pequena para ele e não tem suficiente professores ao seu nível para treiná-lo. Por favor, ensine-o você mesmo!!”
Depois de muitos anos, Edison veio a se tornar um dos maiores inventores do século. Após o falecimento de sua mãe, resolveu arrumar a casa quando viu um papel dobrado no canto de uma gaveta. Ele pegou e abriu. Para sua surpresa era a antiga carta que seu professor havia mandado a sua mãe, porém o conteúdo era outro que sua mãe leu anos atrás.
“Seu filho é confuso e tem problemas mentais. Não vamos deixá-lo vir mais à escola!!”
Edison chorou durante horas e então escreveu em seu diário:
“Thomas Edison era uma criança confusa mas graças a uma mãe heroína e dedicada, tornou-se o gênio do século.”

Lindo, né? 
Leia também o artigo que fala sobre como a relação positiva entre professor e aluno pode melhorar o comportamento em sala de aula. 

sábado, 3 de junho de 2017

Conto: "A descoberta da joaninha"

Essa estorinha é muito bacana, foi apresentada esta semana na culminância do projeto de leitura do Colégio Interativo, em Caruaru, pela turminha da Profª Flávia. É uma estória boa para falar de valores. No Portal do Professor, tem dica de aula para trabalhar com ela.


A descoberta da joaninha
Bellah Leite Cordeiro
                                                           
                                      
Dona Joaninha vai a uma festa em casa da lagartixa.Vai ser uma delícia!
Todos os bichinhos foram convidados...Afinal chegou o grande dia.
O dia da festa na casa da Lagartixa. Dona Joaninha está feliz.
Quer ir muito bonita!Por que assim, todo mundo vai querer dançar e conversar c om ela!
E ela poderá se divertir a valer!Por isso, colocou uma fita na cabeça, uma faixa na cintura,
muitas pulseiras nos braços e ainda levou um leque para se abanar.
No caminho, encontrou Dona Formiga na porta de do formigueiro e disse:
- Bom dia Dona Formiga! Não vai à festa da lagartixa?
- Não posso minha amiga. Ontem fizemos mudança e eu não tive tempo de me preparar...
- Não tem problema! Tudo bem! Eu posso emprestar a fita que tenho na cabeça e você vai ficar linda com ela! Quer???
- Mas que legal Dona Joaninha! Você faria isso por mim?
- Claro que sim! Estou muito enfeitada! Posso dividir com você.
Tirou a fita de sua cabeça e a ofereceu para Dona Formiga que, feliz, decidiu ir à festa.
Lá se foram as duas. A formiga radiante com a fita na cabeça.
Mais adiante, encontraram Dona Aranha na sua teia fazendo renda.
- Oi! Aonde vão as duas tão bonitas?
- À festa da lagartixa! Você não vai???
- Sinto muito! Tive muitas despesas este mês e sem dinheiro não pude me preparar para a festa.
- Não seja por isso! -disse a Joaninha - Estou muito enfeitada! Posso bem emprestar as minhas pulseiras... Vão ficar lindíssimas em você!
Emprestou suas pulseiras, que ficaram lindas em Dona Aranha.
- Que maravilha! Disse a aranha entusiasmada – Sempre tive vontade de usar pulseiras em meus braços! Dona Joaninha, você é legal demais! Sabia?
As três, radiantes de felicidade, seguiram rumo à festa.
Um pouco adiante, encontraram a Taturana. Como sempre, estava morrendo de calor!
- Oi, Dona Taturana! Como vai?
- Mal! Muito mal com esse calor! Sabe que nem tenho disposição para ir à festa da Lagartixa.
- Ora! Mas para isso dá-se um jeito! Disse a Joaninha muito amável – Posso lhe emprestar o meu leque.
E lá se foi também a Taturana, muito alegre, se abanando com o leque, e encantada com a gentileza da amiga.
Logo depois, deram de cara com a Minhoca. Que tinha colocado a cabeça pra fora da terra para tomar um pouco de ar.
- Dona Minhoca, não vai à festa? Disse a turminha ao passar por ela.
- Não dá, sabe? Eu trabalho demais! Quase não dá tempo pra comprar as coisas de que preciso.. E, agora, estou sem ter uma boa roupa boa pra vestir! Sinto bastante! Porque sei que a festa vai ser muito legal! Mas, que se há de fazer?...
- Ora, Dona Minhoca – Disse a Joaninha com pena dela – Dá-se um jeito... Posso emprestar a minha faixa e com ela você ficará muito elegante!
E emprestou a sua faixa à Minhoca que ficou muito elegante.
E seguiu com as amigas para a festa.
Dona Joaninha estava tão feliz com a alegria das outras, que nem reparou ter dado tudo o que ela havia posto para ficar mais bonita. Mas, a alegria de seu coração aparecia nos olhos, no sorriso, e em tudo o que ela dizia! E isso a fez tão linda, mas tão linda que ninguém, na festa dançou e se divertiu mais do que ela!
Foi então que a Joaninha descobriu que para a gente ficar bonita e se divertir não precisa se enfeitar toda. Basta ter o coração bem alegre que a alegria de dentro deixa a gente bonita por fora. E ela conseguiu essa alegria fazendo todo aquele pessoal ficar feliz!!!


Imagem: SetimArtes

Ouça a estória "O galo rouco e o rato esperto", da Cigana Contadora de Estórias!

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Palavra Cantada - O rato
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