Há muito tempo atrás, lá no México,
havia uma menina chamada Pepita, que era muito pobre. Órfã de pai e mãe, Pepita
morava com os irmãos numa aldeia. A festa mais importante de lá era a missa que
comemorava o nascimento do Menino Jesus, na noite do dia 24 para o dia 25 de
dezembro.
Era costume cada família levar um
lindo buquê de flores para enfeitar a igreja para a Santa Missa. Mas sendo
muito pobre, Pepita não tinha dinheiro para comprar flor alguma, nem mesmo uma
simples margarida. A menina queria muito levar flores para enfeitar o altar
para a missa do Menino Jesus, então resolveu colher algumas pela rua.
Com as poucas flores que conseguiu
juntar, Pepita fez um buquê, muito simples é verdade, mas o melhor que ela
conseguiu arrumar. Sentindo-se envergonhada pela pobreza do seu presente, ela
entrou na igreja, que estava toda iluminada e enfeitada com as flores mais
bonitas e perfumadas que havia. Ela olhou para o seu buquê tão simples, sem
colorido ou perfume algum, e ficou triste. Sua tristeza ficou ainda maior
quando as pessoas começaram a caçoar dela, por querer oferecer flores tão sem
graça, numa festa tão importante, para o filho de Deus. Mas Pepita enxugou as
lágrimas, certa de que ali estava o melhor que ela podia fazer e que seu
presente, ainda que simples, era de coração.
Ela foi até o altar e depositou as
flores lá, oferecendo-as ao Menino Jesus com respeito e reverência. No mesmo
instante, uma linda luz dourada envolveu a menina e as flores, que foram
crescendo, crescendo, e ganharam uma cor de um vermelho brilhante, com o miolo cheio
de delicadas hastes de ouro.
O silêncio tomou conta de toda a
igreja, pois todos perceberam que havia acabado de acontecer um milagre de Deus.
Envergonhados, aprenderam uma importante lição de humildade. E desde aquele dia
aquela flor, que hoje nós conhecemos como poinsétia, é chamada a Flor do Natal.