segunda-feira, 20 de março de 2017

20 de março – Dia Mundial do Contador de Estórias


Por Gabriela Kopinits

Era uma vez... Palavras mágicas que nos levam a lugares encantados, principalmente em nossa infância. São também o abre-te-sésamo das maravilhas de todo contador de estórias. São essas três palavrinhas que avisam ao expectador que lá vem magia e das boas. É só sentar, apurar os ouvidos e abrir os olhos, especialmente os da mente, e se permitir viajar.
Para celebrar essa, que é uma das artes mais antigas da humanidade, arte que já nasce com a gente (mesmo sem a gente se dar conta), há muito tempo atrás, lá pelos idos de 1991, um grupo de contadores de estórias da Suécia achou que seria legal promover um dia todinho de contação de estórias. Criaram um evento chamado "Alla berättares dag" (All storytellers day – dia de todos os contadores de estórias) que foi realizado no dia 20 de março, data que marca também o equinócio da primavera no Hemisfério Norte (outono para nós), estação em que a Natureza nos encanta com a prodigalidade de suas flores e perfumes.
A ideia ganhou força e se espalhou para outros países da Europa e das Américas. Em 1997, contadores de estórias em Perth, na Austrália, organizaram um festival de cinco dias com muitas estórias. Aqui no Brasil, as comemorações ainda são tímidas, alguns poucos estados, como o Distrito Federal, promovem sessões alusivas à data. Em Pernambuco, não achei divulgação de nenhum evento relacionado ao dia. No entanto, se o Congresso Nacional aprovar, isso pode mudar.
Desde 2012 tramita um projeto de lei (o PL 4005/2012), da deputada federal Erika Kokay (PT/DF), para a criação da Semana Nacional dos Contadores de Estória. “A contação de estória é importante para resgatar a identidade nacional”, disse a deputada.
Pelo seu projeto, as escolas públicas de educação básica deverão ter uma semana inteira de programações culturais destinadas a promover as manifestações orais, incluindo poesia, estórias e músicas. O acesso aos bens culturais é ainda extremamente modesto para larga parcela da população brasileira”, disse a deputada, que ressaltou a importância da preservação da tradição oral para a preservação da cultura. “O conhecimento e a vivência da cultura são elementos fundamentais para assegurar a identidade de uma nação. Trata-se de um direito de cidadania e de fator essencial na vida de todo ser humano”, acrescentou a parlamentar, defendendo ainda que a todos deve ser garantido o acesso ao que ela chama de “patrimônio cultural historicamente construído”.
O texto do PL - desde dezembro aguardando designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados - está no site da entidade. Vale a pena ler até porque se trata de um importante instrumento na educação das crianças do nosso país. Nele, vemos os principais objetivos para sua criação, que são “disseminar informações sobre o patrimônio cultural imaterial brasileiro; discutir formas de democratização do acesso aos bens culturais imateriais; valorizar a diversidade cultural do povo brasileiro, contribuindo para a difusão das manifestações verbais, poéticas, literárias, musicais e outras modalidades de manifestações artísticas e culturais do povo brasileiro; estimular o debate de ações nas áreas da cultura; e contribuir para a formação de pessoal qualificado neste tema”.
Como contadora de estórias já há 17 anos, digo que só a apresentação desse projeto de lei já é um grande avanço para nós, artistas que ainda não tiveram seu lugar, enquanto profissionais, corretamente estabelecido ou seu valor devidamente reconhecido, até em questão de remuneração.
Estamos no limbo entre literatura e artes cênicas, quando deveríamos ser um amálgama dos dois. O contador de estórias bebe das duas fontes: busca sua inspiração principalmente na literatura e usa das artes da encenação para sua apresentação. Com as discussões que estão sendo promovidas em torno desse projeto de lei, estaremos certamente apontando balizas mais claras para nos colocar enquanto profissionais, ajudar a regulamentar a nossa profissão e, claro, finalmente nos dar um lugar ao sol.
E viva o contador de estórias!

*Gabriela Kopinits é jornalista, escritora e contadora de estórias, autora do livro “Era uma vez...” pela Cepe Editora.




segunda-feira, 6 de março de 2017

‘Domingo no Museu’ especial com a Cigana Contadora de Estórias


]No próximo dia 12 de março será comemorado o aniversário de Olinda e Recife. Para marcar esse dia tão especial, a Cepe Editora vai promover mais uma edição do seu ‘Domingo no Museu’, desta vez com a participação da Cigana Contadora de Estórias.
Personagem da jornalista e escritora carioca Gabriela Kopinits, autora do livro infantil “Era uma vez... estórias de uma contadora de estórias” (Cepe, 2014), a Cigana vai contar as suas estórias e a do livro “O computador que queria ser gente”, de Homero Fonseca, também da Cepe Editora. “Comemorar o aniversário de duas das cidades que mais amo contando estórias é bom demais”, diz Gabriela. “Meu projeto de conclusão de curso da faculdade de Jornalismo foi justamente em cima das histórias do Recife, então vou estar num momento muito especial, devolvendo à cidade o carinho com que fui acolhida aqui”, completa.
A Cigana Contadora de Estórias - Foto: Victor Vargas/Guanabara Comunicação
Além das estórias da Cigana e de Homero Fonseca, a programação inclui show com o mágico Rodrigo Lima, food trucks e food bikes e muitas brincadeiras para a criançada.
Anote na sua agenda: o ‘Domingo no Museu’ acontece no dia 12 de março, a partir das 9h da manhã, no Museu do Estado de Pernambuco, que fica na Av. Rui Barbosa nº 960, no bairro das Graças, no Recife. A entrada é franca.

Guanabara Comunicação
Foto: Victor Vargas

sábado, 4 de março de 2017

Homenagem à Cigana no Dia Internacional da Mulher


Olha só que felicidade! No próximo dia 7, a Cigana Contadora de Estórias vai receber uma tremenda honra da Loja Maçônica Terra Prometida nº 63, lá em Caruaru, na sessão solene alusiva ao Dia da Mulher. O convite veio do presidente Armando Jose Lima, companheiro de muitos eventos na nossa Capital do Agreste.

Fiquei muito feliz com essa homenagem, ainda mais vinda de uma entidade que tem prestado lindos serviços à comunidade, como a Festa das Crianças, de que participei nos últimos dois anos, contando as minhas estórias.
Deus os abençoe e obrigada, muito obrigada pela honraria!

Conto: "O semeador de tâmaras"

Esta versão vem do livro El saber es más que la riqueza, de  Silvia Dubovoy O semeador de tâmaras Em um oásis perdido no deserto, o velho El...