segunda-feira, 17 de maio de 2010

Texto: "Era uma vez..." - Flávio Carrança

Encontrei esse texto enquanto pesquisava livros para a minha biblioteca de contadora de estórias. Achei muito interessante e decidi publicar aqui para que você possa ler.

Era uma vez...
A arte de contar histórias não morreu e promete deixar as crianças felizes para sempre
FLÁVIO CARRANÇA

Era uma vez um mundo em que à noite, em frente ao fogo, homens, mulheres e crianças se reuniam para contar e ouvir histórias de animais falantes, príncipes e heróis, de gênios do mal e velhos sábios, de fadas bondosas e bruxas malvadas. Teria terminado esse tempo? Não, não acabou. A arte de contar histórias, que chegou a ter seu desaparecimento anunciado devido às modernas formas de comunicação e mesmo à alteração dos hábitos familiares, vem sendo revigorada no Brasil e no mundo inteiro por uma nova geração de contadores. Influenciados pela literatura escrita e pelo teatro, com técnicas aprimoradas em oficinas e cursos, trabalhando em grupo ou individualmente, eles recriam no meio urbano uma prática que também é objeto de estudo nas universidades, tema de grandes eventos nacionais e internacionais e que já ganhou até espaços específicos nos cadernos de programação cultural dos grandes jornais.
Estudiosa há muitos anos da arte de contar, a socióloga, livre-docente e professora do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) Regina Machado é autora do livro Acordais – Fundamentos Teórico-Poéticos da Arte de Contar Histórias e foi curadora do evento Boca do Céu – II Encontro Internacional de Contadores de Histórias: Narrativas e Narradores, realizado em maio de 2006 pelo Sesc de São Paulo. Regina lembra que o fim do hábito de contar histórias na sociedade moderna foi previsto pelo teórico Walter Benjamin, da chamada Escola de Frankfurt. Ela resume as ideias desse pensador sobre o tema: o contador de histórias pertence à sociedade tradicional, que acabou com o advento da modernidade, na qual, portanto, não existe lugar para ele. "Parece um raciocínio óbvio, só que se trata de uma hipótese sociológica. Basta olhar em volta, no entanto, para ver um monte de contadores de histórias e de gente querendo ouvir, porque o ser humano não mudou, continua sendo o mesmo."
Um bom exemplo da nova fornada de narradores é o Tapetes Contadores de Histórias, formado em 1998 por alunos da escola de teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Warley Goulart, um dos coordenadores do grupo, que participou do Simpósio Internacional de Contadores de Histórias, realizado pelo Sesc do Rio de Janeiro em julho deste ano, revela que a primeira inspiração veio do artesão francês Tarak Hammam, que há mais de 20 anos utiliza tapetes como cenários de suas narrativas – característica adotada por Warley e seus colegas nas apresentações em escolas, centros culturais e outras instituições. Ele diz que no início seus temas eram relacionados a tapetes, mas que viagens pelo Brasil e pela América Latina e o estudo de narrativas tradicionais e da literatura infanto-juvenil permitiram que o grupo ampliasse seu repertório. Apesar da importância dos recursos cênicos usados no trabalho que desenvolve, Warley lembra que a história continua sendo o foco principal: "Nosso eixo é a palavra, a narrativa propriamente dita. É ela que nos guia, e o emprego de qualquer tipo de recurso é consequência de nossa relação com a história".
Giba Pedroza, um pioneiro da nova geração de contadores, entrou nesse caminho pela via da literatura. No final dos anos 1980, ele era estudante de letras na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e ministrava um curso de iniciação poética e noções de literatura para crianças de uma pré-escola. Giba afirma que sua estréia como contador desmente o mito de que histórias servem para fugir da realidade. Foi a necessidade de falar sobre a morte com as crianças que o obrigou a buscar em seu repertório de contos de fadas aqueles que tratassem desse tema: "Uma professora da escola morreu e disseram que ela tinha ido viajar. As crianças me cercaram e começaram a fazer perguntas. Eu me vi naquela situação e pensei que a única forma de dialogar com elas seria através das histórias".
A partir daquele momento, ele passou a desenvolver um projeto permanente como contador, e teve início uma carreira que já se estende por quase 20 anos. Como costuma trabalhar com treinamento em empresas, onde utiliza histórias para tratar de temas específicos, Giba diz que esse recurso às vezes é usado também nas escolas: "O professor quer falar de preconceito, solidão, medo, e acho muito saudável que ele faça isso por meio de histórias. A gente só não pode perder de vista que, para isso, o ingrediente mais importante é o encantamento, a vivência dos sentimentos presentes na narrativa".
Teatro ou narração?
Giba confirma que o surgimento de novos grupos de contadores no Brasil se intensificou nos últimos dez anos. Ele assiste ao fenômeno com otimismo, mas também com certa preocupação. "Tenho medo da espetacularização que percebo em alguns grupos. Hoje em dia, há um termo novo – teatro de narrativa –, que considero adequado, pois acho que existe um limite, um fio muito tênue, a partir do qual deixa de ser narração." Segundo ele, muitos grupos que vieram do teatro trouxeram consigo certos excessos que o ato de contar histórias não comporta: "Penso que a função primordial do contador é fazer com que essa arte volte a ser uma prática cotidiana, um ritual afetivo. Os holofotes acabam afastando o pai, o tio, desse hábito".
Estudiosa dos instrumentos que podem ser utilizados na arte de narrar, Regina Machado dirige o grupo de contadores Pé de Palavra, cujas apresentações ela chama de espetáculo: "Não é teatro, é narração com dança, com canto, com música. O nome ‘espetáculo’ é meio pomposo, mas serve apenas para caracterizar que não se trata somente de uma pessoa que senta e conta histórias". Ela diz que um dos principais motivos da influência da linguagem teatral na arte de contar decorre do fato de muitos atores terem descoberto nessa atividade uma forma de ganhar dinheiro: "Um ator pena para conseguir fazer uma peça. Já o contador vai a qualquer festa infantil e consegue um dinheirinho. Se trabalhar cinco dias por semana, tem um ganho razoável". Regina adverte, no entanto, que o aprimoramento da arte de narrar histórias tem a ver com o tempo, com a experiência: "Tenho muitos alunos que fazem um curso de fim de semana e se dizem contadores. Não acredito, porque para isso é necessário estudo, pesquisa, paciência e extrema humildade".
"Vejo com bons olhos os novos contadores, porque sou uma mistura deles com os tradicionais, de raiz", diz Antonio Almir Mota, do projeto Casa do Conto, que reúne um grupo de narradores que atende escolas públicas e particulares em Fortaleza, no Ceará. Almir, que em agosto de 2006 coordenou um encontro internacional de contadores em seu estado, tem no repertório narrativas próprias, de outros autores e também histórias populares da região. Ele já escreveu textos para teatro infantil, livros para crianças e utiliza em seu trabalho muita coisa que ouviu na infância, embora conte também histórias literárias. "Acho que o ressurgimento dos contadores é importante como instrumento de promoção da leitura e da própria memória do nosso povo. A presença desses narradores é boa para o mundo atual, da era da informação digital. A gente precisa desse contato entre as pessoas, de estarem em roda conversando."
"Ouço histórias desde criança, faz parte da minha tradição, que é a dos povos indígenas. Através delas a gente vai aprendendo coisas significativas da nossa vida, para entender o mundo, o sentido, enfim, da nossa própria existência", diz Daniel Munduruku. Contador e escritor, com vários livros publicados, ele deixou há muitos anos a aldeia mundurucu no Pará e veio para São Paulo estudar filosofia na USP. Daniel leva para crianças e jovens da cidade um pouco do modo de vida de seu povo. "A necessidade de contar histórias aflorou em determinado momento de minha vida, como uma forma de voltar para minha cultura. Passei a narrar para crianças em escolas públicas e privadas histórias que aprendi com meu pai, meus avós. Com isso resgatei uma tradição que morava em mim e me tornei um contador." Sem se considerar um profissional dessa arte, ele aprova o aparecimento de novos grupos de narradores e vê no fenômeno a retomada de um costume popular muito antigo: "Essa prática faz com que as pessoas tenham um pé na tradição, na ancestralidade – que tem a ver com o nosso povo, com a cultura africana, indígena e européia".
Contadores na TV
Se a família e a escola são quase sempre apontadas como ambientes propícios para a preservação da arte de contar histórias, a televisão, muitas vezes vista como inimiga, também pode ser utilizada para esse fim. Um contador que tem espaço nesse veículo é o cantor e compositor Rolando Boldrin. Ele conta regularmente "causos" de personagens da tradição caipira em seu programa "Sr. Brasil", na TV Cultura de São Paulo, e no espetáculo de 90 minutos que leva a diferentes regiões do país. Nascido no interior paulista, próximo a Ribeirão Preto, Boldrin diz que desde garoto gostava de observar as reações dos tipos humanos e que, com isso, passou a desenvolver histórias curtas, os "causos", seguindo o exemplo do grande artista e contador Cornélio Pires, estudioso das características dos caipiras de São Paulo. Embora acredite que existam muitos narradores espalhados pelo Brasil, Boldrin observa que na televisão eles ainda têm pouco espaço e lamenta não ver em evidência, além de si próprio, artistas com essa preocupação.
Um caso de sucesso da arte de contar histórias na telinha teve início no começo da década de 1980, quando um grupo de atores negros se reuniu em São Paulo para fazer uma peça de teatro sob a direção de Antônio Abujamra. Como não dispunham de um texto pronto, começaram a fazer depoimentos sobre suas vidas. Entre esses atores estava João Acaiabe, que atualmente interpreta o Tio Barnabé, no programa infantil "Sítio do Pica-Pau-Amarelo", da TV Globo. Ele lembra que fez um emocionado depoimento sobre um episódio de racismo de que foi vítima em um clube no interior de São Paulo e que ao final ouviu, meio surpreso, o diretor dizer que ele contava bem histórias. Mas João ainda não fazia idéia do presente que estava recebendo. Abujamra na época começava a dirigir o depois premiado programa "Bambalalão" da TV Cultura de São Paulo e resolveu montar um quadro fixo com um contador de histórias para o qual convidou João, que realizou esse trabalho durante sete anos, de 1983 a 1990. "Naquela época ninguém contava histórias assim. A gente começou com duas arquibancadas, mas enquanto eu me dirigia a uma, a outra se distraía. Também tentamos com uma platéia de teatro e ainda diretamente para a câmara, mas não deu certo. Até que descobrimos a fórmula, que era uma fogueirinha no centro, em torno da qual sentavam o elenco e algumas crianças da platéia. Era aquela imagem que ia para a casa dos telespectadores. Aí deu certo."
O trabalho na TV deixa pouco tempo para o contador, mas ainda assim João Acaiabe tem se apresentado em algumas escolas e participado de eventos, além de utilizar sua experiência de ex-professor para realizar oficinas de capacitação para docentes. Ele diz que sua formação de teatro lhe permite narrar interpretando, mas sem elementos externos, utilizando no máximo o apoio de um percussionista ou de uma acordeonista.
Permanência da tradição
No Brasil, como em qualquer país que tenha uma cultura rural, existem ainda ativos contadores de histórias tradicionais. A antropóloga, escritora e pesquisadora de literatura Heloisa Pires Lima lembra que na África, ainda que abalada pelo colonialismo, também permanece viva e atuante a tradição da narrativa. Ao pesquisar a literatura oral como forma de enriquecer a escrita, ela descobriu naquele continente contadores tradicionais em países como Mali, Costa do Marfim, Senegal e Cabo Verde, entre outros. "No sudoeste da África há festivais dedicados à arte de contar histórias. É uma prática muito forte daquela região, mas que não se restringe a ela. Também existem tradições importantes em países como Sudão ou Moçambique", diz Heloisa.
A permanência do contador tradicional no Brasil pode ser comprovada, por exemplo, no trabalho de Doralice Fernandes Xavier Alcoforado, professora doutora de literatura brasileira da Universidade Federal da Bahia. Há 21 anos ela trabalha em um projeto que tem como objetivo coletar, divulgar e estudar a literatura popular de tradição oral. A pesquisa, realizada na área metropolitana de Salvador e em mais de 70 municípios do estado, já reuniu mais de 7 mil textos, que variam de contos populares dos mais variados tipos a cantigas de roda, rezas, adivinhas, piadas, folguedos e brincadeiras infantis. Segundo Doralice, são justamente esses narradores os seus principais informantes. "Os contadores tradicionais permanecem muito vivos porque a arte de narrar não morre. Além disso, eles trazem histórias cuja origem se desconhece, pois vêm de milênios até." Ela reconhece que nas áreas urbanas o advento da televisão e de outras modalidades de lazer retirou das histórias a função que tinham antes e que continuam tendo no interior. "Antigamente as pessoas se reuniam para contar histórias e hoje, para ver novelas. De certo modo, isso é prejudicial. Aonde chega a televisão, percebe-se um arrefecimento dessa prática, mas temos ainda bastantes contadores."
Um contador de raiz é alguém que não precisa de artifícios externos para narrar uma história. Quem explica isso é Gislayne Avelar Matos, contadora, pedagoga e mestre em educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Ela afirma ainda existirem desses narradores no interior de Minas Gerais, no nordeste, em São Paulo e em muitas outras regiões. Gislayne conheceu o despojamento dos contadores tradicionais com seu avô, no interior mineiro: "Ele tinha todos os recursos em si mesmo, como o cenário, a luz, o som. Fazia sonoplastia, sombras na parede. Tudo ele podia fazer com o próprio corpo para que a história fosse contada".
Um exemplo vivo e atuante de contador de raiz pode ser encontrado na cidade paulista de São Luís do Paraitinga, no vale do Paraíba. É seu Geraldo Tartaruga, um artesão que também retrata no interior de cabaças episódios de lendas e contos tradicionais brasileiros. Com acentuado sotaque caipira, ele diz que se tornou narrador porque aprendeu ouvindo seu pai, que contava muitas histórias. Em seu repertório, seu Geraldo tem, por exemplo, histórias de assombração, de cemitério, de João e Maria, de Pedro Malasartes, além de episódios que ele jura serem reais: "Saci não é história. Lá em São Luís existiam mesmo esses moleques. Já as histórias vêm de muito longe, dos antigos: meu pai aprendeu com o pai dele, que aprendeu com o pai dele".
Gislayne diferencia esses contadores tradicionais da nova geração, formada por pessoas que tiveram mais contato com a cultura escrita. Nas oficinas que realiza, ela pôde constatar algumas mudanças. "Há jovens alunos meus que dizem: ‘Minha mãe nunca me contou histórias, pois sempre trabalhou fora, e meu pai também. Eles me davam muitos livros, que eu lia, mas sozinho’." Gislayne lembra que a recente retomada da arte de contar teve início na Europa e em alguns outros lugares no fim dos anos 1960 e que começou a ganhar força no Brasil duas décadas depois, mas o grande impulso ocorreu mesmo nos anos 1990. Regina Machado começou a estudar o tema no final da década de 1970 e estreou como contadora na escola dos filhos. Nessa época, segundo ela, havia bibliotecárias e professoras que contavam histórias, mas não existiam ainda os novos contadores: "Eu me lembro de uma única pessoa que fazia esse trabalho e se dizia um contador: o Giba Pedroza, que conheci em 1987".
Gilka Girardello, contadora e professora e coordenadora da Oficina Permanente de Narração de Histórias da Universidade Federal de Santa Catarina, também observa que nas escolas sempre se contaram histórias e lembra que, na década de 1950, Malba Tahan publicou o livro A Arte de Ler e Contar Histórias, baseado no trabalho das professoras. "Essa arte tinha desaparecido no âmbito mais público, mas na ‘obscuridade’ da sala de aula ela nunca se perdeu. E não só ali como também na sala de visitas, nas mesas das famílias." Para Gilka, que entre 1978 e 1979 apresentou o programa "Contando Histórias" na TV Educativa de Porto Alegre, o que existe é um ajuste das formas culturais, que vão se acomodando à medida que surgem novidades: "Com certeza, a chegada da televisão deslocou essa narrativa mais familiar para outros lugares".
Gilka afirma que os contadores têm um papel político de resistência à massificação. Ela destaca o fato de se tratar de uma reação cultural não conservadora, sem o sentido de volta ao passado que costuma caracterizar esse tipo de movimento. "A narração de histórias é polifônica, heterogênea, múltipla, tem muitas raízes, por isso não existe essa coisa fundamentalista de volta às fogueiras, às tribos. Essa prática passa hoje pela tecnologia, se apropria da literatura e tem um caráter de quem viveu a arte pós-moderna, com uma produção que se vale do referencial da tradição, mas que cria, que reinventa a partir daí."
Performance e repertório
Gislayne Avelar, que também é autora de A Palavra do Contador de Histórias, traça nesse livro o perfil do que seria um narrador de histórias a partir do repertório e da performance, que é a capacidade de assimilar o conto e de comunicá-lo pelos gestos, expressões faciais e corporais, entonação de voz, ritmo, etc. Segundo ela, ainda que o contador faça incursões por outros gêneros, importa que tenha como eixo principal, em sua prática, a narrativa de tradição oral, que inclui contos de fadas, lendas, fábulas e mitos, que se caracterizam por autoria anônima, pela antiguidade, por ter na palavra falada seu veículo de divulgação e por não conhecer fronteiras geográficas, culturais ou linguísticas.
Regina Machado diz que a tradição oral tem duas características fundamentais: é extremamente particular e universal. "É curiosíssimo encontrar uma história iraniana no Cariri. Há vários casos em que muda o personagem, o local, a geografia, mas a trama é a mesma." Vale lembrar Luís da Câmara Cascudo, que aponta elementos do conto "Dois Irmãos", escrito no Egito dos faraós há mais de 3 mil anos, presentes em histórias tradicionais brasileiras. Regina afirma que, apesar das pesquisas, ninguém sabe ao certo de onde vem esse costume. "A única certeza é que essa arte existe em todas as culturas tradicionais do mundo."

Susto em Fortaleza

Toda sexta-feira, Antonio Almir Mota está no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Fortaleza, onde conta histórias e causos de assombração. São oito contos pequenos, cada um com duração de quatro a seis minutos, que ele recolheu em cursos, visitas ao interior do estado, em conversas com pessoas idosas. Uma dessas histórias é a da Mulher-Porca:

"Certo dia me disseram que havia uma mulher que se transformava em porca. E essa mulher era tão amaldiçoada, tão amaldiçoada, que saía gritando pela rua em que morava. Um rapaz muito corajoso foi atrás dela e, de repente, um homem que estava na praça chegou para ele e disse: ‘Olha, o senhor é muito corajoso, uma hora dessas da madrugada e está aqui. Não tem medo da Mulher-Porca?’ O rapaz olhou bem calmamente para ele e respondeu: ‘Ah, da Mulher-Porca, não tenho medo, não. Mas, meu filho, quando eu era vivo, eu me pelava de medo!’ "
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